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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

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online | POLÍTICA | 04.OUT.10 - 11:40 | Atualizado em 17.06 - 16:46

Aliado de Lobão fez acordo de R$ 1 mi com cooperativa

Por AE
Planilhas da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp) revelam pagamentos da empresa Colossus Minerals Inc., com sede no Canadá, para um escritório de advocacia de São Luís, Maranhão, que defende causas da família do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

Dados preliminares indicam que, no período em que o governo analisava o pedido da empresa para explorar o garimpo, foram repassados R$ 200,4 mil para a conta do advogado José Antonio Almeida. O valor do repasse pode ser apenas parte de um acerto maior. Uma minuta de contrato elaborado no período em que Lobão era ministro de Minas e Energia indica que a cooperativa e o escritório fizeram um acordo de R$ 1 milhão.

O advogado, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nega ter recebido esse valor e não soube dar detalhes sobre os trabalhos jurídicos que teria prestado à cooperativa do garimpo para receber outros honorários.

O advogado, conhecido pelo apelido de Almeidinha, trabalhou na campanha política de Edison Lobão ao governo do Maranhão, em 1990, defendeu o empresário Edinho Lobão, filho do senador, em processo de uma emissora de TV em Imperatriz contra o INSS e atuou em causa do deputado federal José Sarney Filho (PV-MA). Almeida disse que se aproximou da Coomigasp por intermédio de Valdemar Pereira Falcão, o Valdé, ex-presidente da entidade e politicamente ligado a Lobão.

Dois meses atrás, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que aliados de Lobão montaram um esquema para controlar o processo de reabertura do garimpo, com criação de empresas de fachada e caixa dois. O senador negou participação no esquema e responsabilizou os aliados por eventuais irregularidades no processo.

Defesa

O advogado José Antonio Almeida afirmou que não atuou como "advogado direto" da cooperativa. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que o contrato de R$ 1 milhão não foi fechado. "Não sei se chegou a ser assinado, mas se foi, não chegou a ser implementado", afirmou. "Não foi dado sequência a esse trabalho, não. Fiquei apenas com um contrato mensal", completou. "Se não me engano, equivalia a 10, 12 salários mínimos, valor mensal. É mais ou menos o parâmetro da época."

Questionado depois sobre valores mais altos que aparecem nas planilhas da cooperativa, o advogado "lembrou" ter recebido por um "trabalho extra". "Além do pagamento mensal, tenho impressão que (fiz) um parecer, mais alentado, de 50 páginas, para juntar num processo; me parece que cobrei à parte realmente", disse. "Não tenho certeza do valor exato, devo der cobrado R$ 50 mil, R$ 40 mil. Não tenho lembrança. É alguma coisa neste sentido."

Almeida disse não ter detalhes do processo, que poderia estar na 14.ª Vara Federal de Brasília. Na Vara, no entanto, não há processos com o nome do advogado. "Eu tenho de olhar, tem um tempo. O processo continua, não terminou. Acho que estava, acho, na 14.ª Vara Federal de Brasília."

"A minha ligação com a Coomigasp não tem nada relacionado com o senador", disse, referindo-se ao ex-ministro Edison Lobão. Uma coisa não tem nada a ver com a outra", afirmou. "Fui procurado pelo Valdé (Valdemar Pereira Falcão), que já me conhecia. Quando fui deputado federal, ele me procurava, como procurava outros deputados."

Desconhecimento

O geólogo Persio Mandetta, que esteve à frente da Colossus no Brasil, disse desconhecer a relação do escritório de Almeida com a empresa e a cooperativa. "Eu simplesmente desconheço qualquer coisa que tenha passado por mim em relação a isso aí, simplesmente desconheço", afirmou.

Questionado sobre outros escritórios de advocacia que tiveram honorários pagos com dinheiro da Colossus, ele respondeu: "Usamos alguns escritórios de advocacia, intermediados pela nossa parte administrativa." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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